Desenvolvimento e Novidade
É impossível negar o fato cabal do desenvolvimento e o reconhecimento
desse fato certamente não implica o reconhecimento da teoria da evolução, tal
como ela se encontra expressa nas teorias evolucionárias da segunda metade do
século XIX. A vida do mundo é, acima de tudo, movimento, mudança de posição no
espaço e no tempo, e é bastante espantoso o fato do desenvolvimento só tenha
sido observado tão tardiamente pelo pensamento humano. Devemos dizer,
entretanto, que já no pensamento Grego existiram os germes dessa doutrina do
desenvolvimento. Na opinião de Heráclito, tudo acontece numa corrente de
mudanças, todas as coisas existem nesse fluxo. Mas foi a ontologia estática de
Parmênides e Platão que acabou por prevalecer. A doutrina Aristotélica da
potência e do ato pode ser entendida como uma explanação da mudança que
acontece no mundo. Os grandes idealistas do princípio do século XIX, Schelling,
Hegel e outros, tinham uma doutrina do desenvolvimento, mas não colocada de
forma naturalística. Na visão deles, tratava-se do desenvolvimento do espírito.
A doutrina naturalística da evolução, por outro lado, tem sua fonte
nas ciências biológicas. Isso se entende facilmente na medida em que aquilo que
se desenvolve é, acima de tudo, a vida. A vida sempre teve a tendência de
crescer e se desenvolver ou decair e morrer. Tudo o que é vivo se desenvolve.
Não existe imobilidade no mundo, tudo muda e se desenvolve, mas existe também
uma vis inertiae que se opõe a toda mudança e que é hostil a tudo o que
é novo. A vida no mundo está organizada e se desenvolve na direção de formas
mais elevadas. O elemento irracional é a fonte da vida que é capaz de se
organizar, mas, ao mesmo tempo, ele apresenta ao final uma resistência à
racionalização. Não é apenas o desenvolvimento, o surgimento de algo que não
havia antes, que caracteriza a vida humana; existe também um processo de
endurecimento, de materialização. Duas tendências diametralmente opostas lutam
na vida. A atitude das pessoas em relação à mudança que existe no mundo deve
ser dupla. A vida é mudança, e sem a presença do novo não existe vida. Mas a
mudança é traiçoeira. A realização da personalidade humana pressupõe a mudança
e a novidade, mas também pressupõe a imutabilidade, sem a qual tampouco existe
a personalidade. No desenvolvimento da personalidade o homem deve ser
verdadeiro consigo mesmo; ele não deve se trair; ele deve preservar suas
características, que lhes foram pré-ordenadas desde a eternidade. É algo
necessário para a vida que o processo de mudança que conduz ao novo seja
combinado com a fidelidade.
Eu já disse que o reconhecimento do fato fundamental do
desenvolvimento da vida de modo algum requer uma teoria evolucionista à maneira
de Darwin, Herbert Spencer ou Haeckel. Esse tipo de teoria da evolução está
ultrapassado tanto científica, como filosoficamente. O evolucionismo do século
XIX era uma forma de determinismo naturalista, e jamais foi capaz de explicar
as origens da evolução. Ele falava de resultados da evolução, de formas da
mudança, mas nunca das origens e causas. Na teoria evolucionista do século XIX
não havia nenhum objeto de desenvolvimento, nenhum fator interno de
desenvolvimento. O evolucionismo é, de fato, uma teoria conservadora que nega a
criatividade no mundo. Ela reconhece apenas a redistribuição de partes do
mundo. A mudança acontece como efeito de impulsos externos, e não se detecta
nenhuma mudança que aconteça interiormente, a partir de uma atividade interna,
a partir da liberdade. As influências externas, os impulsos exteriores prosseguem
indefinidamente, mas o interior jamais é alcançado, não existe um núcleo, de
espécie alguma, que possua uma energia criativa. Mas o desenvolvimento real,
que a teoria evolucionista toma como proveniente do exterior, é resultado de
processos criativos internos. A evolução é meramente a expressão, no plano
horizontal de processos criativos que se realizam na vertical, desde as
profundezas.
O materialismo dialético, tal como foi adotado na União Soviética, foi
uma tentativa de introduzir correções na teoria da evolução em de reconhecer o
movimento autônomo dentro dela. Assim é que a matéria foi ditada das qualidades
do espírito, com uma atividade criativa, liberdade e inteligência. Assim a
violência adquiriu uma linguagem. Era preciso uma reavaliação transversal que
repudiasse as bases aceitas do determinismo naturalista. As leis da natureza
não existiriam, vale dizer, leis que dominassem o mundo e o homem como tiranas.
Tudo o que existe consiste numa direção na ação das forças que agem
uniformemente numa correlação dada, com vistas a seu resultado. Uma mudança na
direção das forças pode alterar a uniformidade. Na base primária dessas forças
apresenta-se um princípio espiritual, o noúmeno. O mundo material é apenas a
exteriorização e a objetificação de princípios espirituais. É um processo de
esclerose, de agrilhoamento. É preciso dizer que as leis não passam de hábitos
das forças atuantes, e, frequentemente, de maus hábitos. O triunfo das novas
forças espirituais pode mudar o efeito do perfil mensurável da necessidade.
Isso pode trazer novidades criativas.
A doutrina do desenvolvimento dialético de Hegel chegou a um
enfrentamento mais profundo do que o ensinamento evolucionista da segunda
metade do século XIX, embora seu caráter não seja naturalista. Trata-se de um
movimento dialético do espírito, que acontece de acordo com um esquema triplo
de tese, antítese e síntese. O desenvolvimento está condicionado por uma
oposição interior que exige solução. A dor da negação desempenha um enorme
papel na dialética de Hegel. A dialética, o dinamismo, são determinados pelo
fato de que existe o outro, e isso vai muito fundo. Para o bom
funcionamento da teoria evolucionista não existe o outro, e, portanto,
não existe verdadeiro dinamismo. O monismo de Hegel, que afirma a unidade do
ser e do não-ser, a identidade dos opostos, na medida em que é distinto do
monismo de Spinoza, é dinâmico. Na filosofia de Hegel estavam em preparo
materiais explosivos, apesar do fato de que o próprio Hegek fosse politicamente
conservador. Seu erro foi acreditar numa resolução imanente da dialética dos
opostos, enquanto que a dialética dos opostos exige o transcendente. O
imanentismo amortece o limite das contradições dialéticas. A teoria
evolucionista naturalista bidimensional não reconhece contradições. O
desenvolvimento dialético mediante a contradição contém uma grande verdade. Aí
reside o caminho da história, e aí transcorre o destino do homem.
Mas em Hegel a liberdade não é causa do desenvolvimento, ela é
resultado do desenvolvimento. A liberdade é um efeito da necessidade, ela é uma
necessidade admitida. A doutrina de Hegel do desenvolvimento dialético é, da
mesma forma, determinista, não de um determinismo naturalista, naturalmente,
mas lógico. O processo de vir-a-ser é o resultado logicamente necessário e
inevitável da correlação entre o ser e o não-ser. Kierkegaard tentou se
libertar do determinismo, e na sua visão todas as coisas novas acontecem aos
saltos, mas isso implica que todo o novo acontece como resultado da liberdade,
e por intermédio da liberdade. De qualquer modo como a entendamos, a evolução é
sempre uma objetificação, e é isso que a distingue da criatividade. O título da
obra de Bergson, A evolução criativa, é discutível e é uma evidência da
presença de elementos naturalistas em sua metafísica. A criatividade pertence
ao reino da liberdade, enquanto que a evolução pertence ao reino da
necessidade. Eu já disse que o velho evolucionismo está obrigado a negar a
possibilidade do novo criativo. Ele está amarrado ao ciclo das forças
cósmicas.
O surgimento do novo, daquilo que não existia antes, é o maior
mistério da vida do mundo. Não apenas o círculo fechado da natureza, como o
círculo mais profundo, igualmente fechado da existência, não permitem e não
podem explicar o surgimento do novo. O mistério do surgimento do novo está
conectado com o mistério da liberdade, que não pode ser derivado da existência.
O ato criativo da liberdade é um rompimento com o mundo fenomênico natural. Ele
deriva do mundo noumênico. O ato criativo da liberdade não é resultado do
desenvolvimento. O desenvolvimento é que é resultado do ato criativo da
liberdade, que é objetificado. É um mistério que começa a se revelar movimentando-se
nas profundezas, nas profundezas insondáveis, não através de um movimento
exterior, como na teoria evolucionista. A queda do mundo objetificado, no qual
reinam a necessidade e o destino, foi determinada pela direção da liberdade nas
profundezas, pela ruptura do Deus-homem; e o impulso ascensional só pode ser
adquirido por meio do restabelecimento da ligação divino-humana. O mundo criado
é um mundo de possibilidades; não se trata de um mundo pronto, acabado e
estático. Nele, o processo criativo deve continuar, e deve fazê-lo através do
homem. Todas as possibilidades devem ser reveladas e realizadas. E é assim que
o desenvolvimento criativo do mundo deve ser entendido como o oitavo dia da
criação. A criação do mundo não é apenas um processo que vai de Deus para o
homem. Deus pede ao homem um novo criativo; Ele espera pelas obras da
liberdade humana.
O processo de desenvolvimento deve ser aplicado também à história da
religião e à história do Cristianismo. É impossível entender o Cristianismo de
modo estático. Como eu já disse, existem épocas de revelação, e existem éons de
história do mundo. Existe uma inspiração criativa na aceitação da revelação; e
sua humanização, em termos da mais alta humanidade – que é Deus, enquanto
humanidade – é também um fato. O desenvolvimento, no Cristianismo, possui um
caráter duplo. Por um lado, ele representou aperfeiçoamento, enriquecimento,
criatividade, quando uma novidade real fez sua aparição; por outro lado, ele
trouxe consigo deterioração, distorção, adaptação ao nível humano médio, traição
às origens, afastamento em relação à sua natureza primitiva. E devemos ser
capazes de perceber essa distinção. O Cardeal Newman e Vladimir Soloviev
reconheceram a possibilidade do desenvolvimento dos dogmas, a plena abertura
daquilo que até então fora insuficientemente revelado. Mas eles não o reconheceram
adequadamente, não estabeleceram conclusões minuciosas a partir disso. O desenvolvimento
do Cristianismo no mundo constitui um processo divino-humano complexo, e deve
ser visto sob a luz da divina-humanidade. As fontes da revelação devem ser
entendidas sob uma luz nova e mais forte. A mudança de consciência, a total
revelação da real natureza humana, a crescente complexidade e o refinamento das
almas, tudo conduz a isso, que uma nova luz se projetou sobre a verdade
religiosa; isso equivale a dizer que a revelação, que parte da Verdade eterna,
não foi dada estaticamente, de uma forma completa e final, e que ela possui sua
própria história interior.
Conectado a isso está o problema dos movimentos modernistas do pensamento
Cristão ao longo dos séculos XIX e XX. A própria palavra “modernismo” tem o
defeito de produzir uma impressão de sujeição do eterno ao temporal. Na verdade,
o que está de fato em discussão é a emancipação em relação à alegação de poder
do temporal e do histórico, e o crescimento em direção ao eterno. Aquilo que se
apresentou como sendo o eterno na vida religiosa foi, com mais frequência, o
poder do temporal, ou seja, uma deficiência na espiritualidade. Por essa razão
eu prefiro não utilizar o termo “modernismo”, mas usar o termo “pneumatismo”. O
modernismo está correto quando se trata das mudanças que ocorreram no meio
humano e na consciência humana, e, em sua dependência em relação a essas
mudanças, a recepção da revelação também muda. A fronteira da estratificação histórica
foi ultrapassada; abriu-se um caminho para novas revelações, ou melhor, para a
única revelação, para o coroamento da revelação do Espírito.
Os movimentos modernistas estavam especialmente conectados com a
relação do Cristianismo com o terrível crescimento do conhecimento científico e
com as mudanças da vida social. Esses movimentos não alcançaram a profundidade,
mas foram úteis como processos purificadores e preparatórios. A fé do home teve
que ir além do ceticismo, através de lutas do espírito; só assim ela pôde
adquirir seu mais alto valor. O homem se move adiante através da dúvida, da
dicotomia, do sofrimento, e somente quando supera tudo isso ele se torna
espiritualmente temperado e pronto para os mais altos graus de espiritualidade.
Dostoievski estava certo ao dizer que sua fé passara pelo refino da fornalha da
dúvida, para o qual os ateus superficiais não estavam preparados. O que acontece
com o homem, e com o homem na história, tem uma enorme importância para a
plenitude da verdade divino-humana. O mundo muda de acordo com a perspectiva da
qual é visto, de acordo com o grau de crescimento, do meio, da classe, da
confissão religiosa, etc. Mas não é só a visão de mundo que muda; a visão
daquilo que é revelado do outro mundo, do mundo mais elevado, também se altera.
Tudo muda, dependendo da altura até a qual os homens se elevam, ou a
profundidade até a qual mergulham, do desenvolvimento criativo do homem ou do
nível inferior atingido em sua queda. Os homens quiseram estabilizar a verdade
da revelação em correspondência com seu pensamento normal e mediano, que eles
identificaram com sua natureza humana eterna, e assim a verdade da revelação apareceu-lhes
numa forma estática e petrificada. Impôs-se um veto à criatividade. Os homens
não a desejaram. Tiveram medo de reconhecer a natureza criativa do homem e a
possibilidade do novo. O mau novo tinha que passar, mas a possibilidade de um
novo melhor foi igualmente suprimida. Dessa maneira criou-se uma ossificação do
Cristianismo, uma mortificação e extinção do espírito. Mas estava dito: “Não
extingam o Espírito”. Aquilo que não se move para adiante, que não se dirige
para a novidade do Reino de Deus, move-se para trás e se torna mineral. A verdade
é o caminho e a vida, e não algo que pertence ao mundo dos objetos.
A história da alma Europeia sempre foi dinâmica, e nela aconteceram
muitas mudanças. A alma que encara o Cristianismo hoje não é, de modo algum, a
mesma que encarava o Cristianismo na Idade Média e no tempo dos primeiros
Cristãos. Uma sensibilidade inteiramente diferente se revelou a ela. Muito do
que é novo na alma humana foi revelado em Petrarca, em Rousseau, nos Românticos
do início do século XIX, em Dostoievski, Kierkegaard, Nietsche, Ibsen, nos
Simbolistas do final do século XIX e na geração de Comunistas do início do
século XX. É impossível não levar em conta a experiência que veio à luz nos
mais significativos movimentos intelectuais de nosso tempo. Assim foi com
Heidegger e a filosofia existencial, com Freud e a psicanálise, com Karl Barth e
a teologia dialética, com Husserl e a fenomenologia, com o racismo, o totalitarismo,
o marxismo e o comunismo. Ao mais influentes, e que tiveram mais domínio sobre
a alma foram Nietsche, Marx e Kierkegaard. Os velhos catecismo Cristãos não eram
capazes de responder aos novos problemas e às novas inquietações. Nos primeiros
séculos do Cristianismo os doutores da Igreja deram respostas às questões
levantadas pelas heresias de seu tempo. Nossa era não conhece heresias como
aquelas, mas sim heresias de um tipo diferente que vêm surgindo, com as quais
aqueles que permanecem dentro do sistema dogmático Cristão não são capazes de
lidar, e essas heresias exigem uma resposta Cristã. Essa resposta não pode ser
dada pelas formas necrosadas do Cristianismo histórico. Questões como a
criatividade aventuresca do homem, como as formas inteiramente novas do mal,
não se deixam solucionar pela velha ética normatizada. A atração do abismo do não-ser,
a liberdade sem precedentes e desconhecida dos primeiros tempos, a transição da
liberdade para a escravidão, o mistério da personalidade e de sua destruição, a
sociedade humana sobre a terra e suas tentações; e muitas outras formas da autoafirmação
humana e do orgulho, que se tornaram diferentes e mais temíveis do que eram no
passado.
Numa palavra, o elemento psíquico do homem sofreu grandes mudanças. A antropologia
da velha literatura patrística já não corresponde ao estado do homem
contemporâneo, que passou por um desenvolvimento complexo. As energias que permaneceram
ocultas nos substratos mais profundos da alma vieram a se manifestar. Mas esse
desenvolvimento é altamente complexo e tem dois lados. De um lado, o homem tem
se tornado mais profundo; por outro lado, ele é atirado à superfície. O lado
emocional da natureza humana, desde o tempo de Rousseau e dos Românticos, foi
muito fortalecido e desenvolveu-se, em comparação com os séculos anteriores. Por
outro lado, ele se enfraqueceu e foi oprimido pelas habilidades técnicas, pelo frio
toque do metal.
Essa complexidade fica particularmente evidente em relação ao
desenvolvimento moral. Seria falso afirmar que existe algo como um processo que
conduz o homem e a sociedade humana a um estado de perfeição moral ao longo de
uma linha progressiva. Uma regressão moral acontece simultaneamente. A cada
momento novas e mais novas formas da brutalidade se revela, formas mais sutis e
repelentes. A consciência moral do passado permitia a tortura, e isso era
devido a crenças supersticiosas. Mas à luz da consciência moral atual a tortura
se mostra de maneiras ainda mais terríveis. Nos tempos primitivos o homem
costumava ser melhor. Não obstante, existe algum progresso na consciência
moral. O humanismo é um fenômeno novo; ele é o resultado de uma atividade
subterrânea do Cristianismo. O homem vem se tornando mais abominável
moralmente, do que o foi num passado menos humano e mais rude. Mas agora ele é
julgado por uma nova consciência. O modernismo pode ser mau na medida em que é
associado com a aparência e a imitação, com a escravidão em relação ao tempo. A
sensibilidade estética e o refinamento aumentaram, mas uma mudança de direção
não implica progresso. É quase impossível dizer que os escritores atuais estão
num nível superior do que Sófocles, Dante ou Shakespeare. As sucessivas
mudanças que aconteceram no classicismo, no romantismo, no realismo, no
simbolismo, no surrealismo, no expressionismo, etc., não representam um desenvolvimento,
mas apenas a história da alma humana, e elas são um reflexo de sua busca. A
evolução não significa infalivelmente progresso, nem um movimento ao um
objetivo mais alto, para o Reino de Deus. Ela pode inclusive regredir. A novidade
tampouco significa melhoramento e o atingimento de algum valor mais elevado. O culto
do novo, pelo novo, é tão ruim quanto o culto do passado, pelo passado. A verdadeira
novidade religiosa só pode ser associada a uma nova era do Espírito. E essa
será a nova era da revelação, que não poderá resultar apenas de uma ação de
Deus, mas também do homem, num ato criativo. Só e possível falar disso a partir
da admissão de uma concepção dinâmica, tanto da vida do mundo como da vida em Deus.
A expectativa de um desenvolvimento sem fim para o futuro, como propugnava, por
exemplo, a doutrina do progresso de Condorcet e outros, é falsa. Mas a ideia de
progresso pode encontrar apoio, não em outro infinito, mas num fim. E é por
isso que uma concepção mais profunda do desenvolvimento está ligada à
escatologia.
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