Capítulo VI do livro Theology and the Church -
St. Vladimir's Seminary Press, NY, 1980
As obrigações Cristãs no mundo de
hoje à luz da Soteriologia Ortodoxa
Cristo não trouxe a salvação para nós para que continuemos a viver em
isolamento, mas para que possamos nos esforçar por uma maior e mais profunda
união que deve culminar no eterno Reino de Deus.
Vemos isso refletido no fato de que não podemos ganhar a salvação se
permanecemos em isolamento, cuidando apenas de nós mesmos. Não há dúvida de que
cada homem deve aceitar a salvação pessoalmente e torná-la sua, mas ele não
pode fazê-lo nem perseverar e progredir no caminho da salvação a menos que seja
ajudado por outros e também que ajude a outros em troca, ou seja, a menos que
sua salvação seja comunal. Ser salvo significa ser arrancado do isolamento e se
unir a Cristo e ao resto dos homens. “Encomendemo-nos mutuamente uns aos outros
e toda nossa vida a Cristo Deus”, dizem os fiéis durante a Liturgia. A salvação
é a comunhão com Cristo (koinwnia) e,
por conseguinte, a obrigação do Cristão em se esforçar por manter e desenvolver
sua unidade eclesial por meio do amor é clara: “Pois o amor de Cristo nos uniu[1]”.
Embora Cristo tenha realizado a obra de salvação e ofereça
continuamente seus frutos a fim de conduzir todos os homens juntos ao Reino de
Deus, os Cristãos, como servos de Cristo obrigados a se esforçar pela união de
todos os homens nesse Reino de perfeito amor, possuem também determinadas
obrigações perante aqueles que não são Cristãos. Faremos a seguir uma breve
exposição sobre essas obrigações, ou melhor, sobre os motivos que jazem por
trás delas.
A)
Cristo ofereceu Seu sacrifício e levantou-se da
morte fora de Jerusalém, e foi principalmente fora de Jerusalém que ele
apareceu depois de Sua ressurreição. Isso foi para santificar aqueles povos que
não possuíam conexão com o Deus da Lei. Lemos na Epístola aos Hebreus: “Portanto,
saiamos também do recinto sagrado para ir ao encontro de Jesus, carregando a
humilhação dele. Pois nós não temos aqui a nossa pátria definitiva, mas
buscamos a pátria futura[2]”.
A referência é clara no sentido de deixar o mundo para trás, de nos erguermos
acima do mundo para que o mundo em troca possa ser deixado para transcender a
si próprio. Confinar-se, portanto, dentro de qualquer condição que se tenha
tornado estática pelas limitações da existência significa confinar-se dentro do
mundo, e os Cristãos não devem ser confinados nem dentro de suas próprias
igrejas como se essas fossem a “última estação”, porque nesse caso seu caráter
móvel será esquecido e elas perderão sua razão de ser enquanto caminhos em
direção aos céus. Os Cristãos e as Igrejas Cristãs devem sempre trabalhar entre
esses homens que permanecem fora no mundo, de modo a transcender o mundo
enquanto ordem estática, para erguê-lo a uma condição mais elevada do que a
sua. Cristo se fez homem no mundo; Ele falou e pregou no mundo. Foi no mundo
que Ele ofereceu a Si próprio em sacrifício, no mundo Ele foi enterrado. Ele se
levantou da morte no mundo; Ele enviou Seus discípulos pelo mundo ensinando a
eles línguas estrangeiras por meio do Espírito Santo, e é no mundo que Ele
segue operando, ainda que esse trabalho seja hoje executado por Seus
discípulos, vale dizer, por intermédio da Igreja. De acordo com nosso
ensinamento Cristo está no mundo ao mesmo tempo que nos céus, enviando Seus
discípulos pelo mundo com a promessa que Ele fez quando de Sua ascensão, de que
estaria sempre com eles. Assim é que Ele disse
ao findar-se Seu ministério terrestre: “Não te peço para que os tire do
mundo[3]”.
Cristo está no mundo ao mesmo tempo em que está nos céus. Nós
ascendemos ao Cristo celestial através do Cristo terreno, dentro de um mundo
que, mais do que a Igreja, está sempre buscando progredir em meio a qualquer
coisa que lhe aconteça em sua condição presente, sempre ansiando por algo
melhor, sempre convencido de que o status
quo não pode ser definitivo. Hoje, talvez mais do que nunca, Cristo conduz
o mundo em direção a Si próprio num estado de mudança contínua. Ele Se revela
ao mundo a cada novo passo do caminho através de novas perspectivas, embora,
para o mundo, ele continue incógnito. Nós, Cristãos, devemos nos mover adiante
ao longo dessa via juntamente com o mundo, e dizer ao mundo quem é essa pessoa
que o está atraindo para si. Devemos lembrar ao mundo o que significa o
verdadeiro progresso, e essa é uma obrigação específica para os Cristãos hoje,
num tempo em que o progresso do mundo se tornou tão rápido que se torna cada
vez mais evidente para todos que o mundo não é a “última estação”, mas que, de
fato, a aspiração constante dos homens por todas as partes é de melhorar as
relações entre eles.
B)
Se “o amor de Deus foi derramado em nossos
corações[4]”,
e, por conseguinte, podemos e devemos ver o rosto de nosso próximo na face
humana de Cristo, assim como, ao contemplar seu Filho encarnado, o Pai nos vê e
nos ama como filhos, e nos adota através da encarnação de Seu Filho, fica claro
que na face de cada homem devemos ver e amar algum traço da face de Cristo, e
mesmo a própria face inteira de Cristo. Para esclarecermos as coisas, cada
rosto é potencialmente o rosto de Cristo; que ele seja capaz de se tornar a
face real de Cristo se deve ao fato de que Cristo colocou ali sua imagem, e ela
se tornou transparente nele. Mas também nós temos um papel a desempenhar na
passagem de cada rosto humano de seu estado potencial para um estado em que ele
se torne a verdadeira face de Cristo.
Se a humanidade de Cristo não pertence a uma hipóstase humana
individual, mas ao Filho de Deus, então ela pertence a cada homem mais
verdadeiramente do que a humanidade de cada indivíduo humano pertence a todos.
Ela pertence a todos e para a salvação de todos. Ela pertence a todos e para a
salvação de todos. Ela se destina a cada um de nós, destina-se a se tornar
possessão de cada homem e a conformá-lo interiormente do mesmo modo como ela
própria foi conformada interiormente em Cristo pela hipóstase divina. Assim
como a humanidade de Cristo e a nossa própria, ela se destina a se refletir em
cada homem, e, de modo similar, também cada um de nós é chamado a se refletir
na humanidade de Cristo e a tomarmos nossa imagem Dele. São Simeão o Novo
Teólogo diz que o homem que não vê as necessidades de seu próximo, “despreza
Aquele que disse: ‘o que fizerdes a cada um desses irmãozinhos, será a Mim que
o tereis feito’[5]
[...] Pois Ele aceitou ter parte no rosto de cada pobre. Ele se tornou um com
cada homem, de tal maneira a que nenhum dos que Nele acreditam possa desprezar
seu irmão, mas deve tratar seu irmão ou seu próximo como se fossem Deus, e deve
considerar a si mesmo como insignificante perante esse irmão, como se estivesse
diante de Deus seu Criador. E que ele receba e honre a seu irmão como se fosse
Deus, e que despoje de seus próprios pertences a serviço de seu irmão, do mesmo
modo como Cristo derramou seu sangue para nossa salvação”. Assim é que devemos
viver nossa própria união com Cristo que nos preenche com sua própria
consciência de auto sacrifício, e é assim que devemos nos sacrificar pelo restante
dos homens. Ao mesmo tempo devemos tratar os outros homens como trataríamos o
próprio Cristo, e buscar a união com eles como faríamos com Cristo, por meio do
serviço que oferecemos a eles.
C)
Tudo o que Cristo fez – Sua encarnação, Seus
ensinamentos, Sua vida de obediência ao Pai e Seu amoroso serviço por nós nos
desafios de nossa vida terrena, Seu sacrifício no mundo – todas essas coisas
enfatizam, como vimos, o valor da vida humana na terra. Nenhum caminho para a
perfeição escatológica existe que não passe pela vida na terra e pelas lutas
que acompanham essa vida. Cada aspecto da felicidade eterna foi prometido pelo
Senhor como resultado de determinados modos de vida e de ações nessa vida, como
frutos de determinadas sementes que semeamos e cultivamos nos campos desse
mundo. “Benditos os que promovem a paz (na terra, é claro, porque eles já não
precisarão existir nos céus), pois eles serão chamados de Filhos de Deus[6]”.
Trabalhem “enquanto é dia[7]”,
disse o Senhor, e mesmo Santo Antônio pediu que sua vida fosse prolongada para
que ele pudesse fazer penitência.
É a Cristo que servimos na pessoa daqueles que necessitam de nosso
socorro nesse mundo; Cristo identificou a si mesmo com eles. Os Padres falam
desse mundo como uma feira onde fazemos compras para o Reino dos Céus. Quem não
participa dessa feira, trocando com os outros homens, quem não produz frutos
por meio de seu trabalho, que não desenvolve talentos em sua atividade, deixará
essa vida com uma alma vazia. Nós adquirimos o Reino dos Céus de nossos próximos
tanto pelo retorno que recebemos de nossas obras como pelas capacidades que
nossa fé em Cristo confere a nós. “Nossa vida e nossa morte chegam a nós por nosso
próximo, porque se ganhamos a nossos irmãos ganhamos a Deus, e, ao contrário,
se destruímos nosso irmão pecamos contra Cristo”. E não é apenas por intermédio
de nossos irmãos de fé que adquirimos o Reino. A feira é universal e nós
devemos negociar com todos os homens. A feira é composta por todos e todos
tomam parte nela. Podemos inclusive adquirir o Reino mais depressa por
intermédio dos outros homens do que dos nossos irmãos de fé, porque no caso
deles nosso serviço e nossa generosidade exigem de nós mais esforço e desinteresse.
De fato, estritamente falando, não são os homens que nos dão o Reino dos Céus
em troca. É Cristo quem no-lo dá por intermédio deles, e não imediatamente nessa
vida, mas no século futuro. Não devemos esperar uma colheita como se nossa
plantação fosse algo visível. Somente quando não esperamos retorno imediato,
mas acreditamos que o receberemos nos céus, mostramos uma verdadeira semeadura
na espera de uma recompensa do alto. Para aqueles que esperam por um retorno
imediato, que querem receber algo diretamente em troca do que dão, que não
acreditam que desde que tenham dado algo já receberam o Reino dos Céus em troca
– mesmo que esse não seja visível senão no século futuro – a esses o Salvador
disse: “Se amais aos que vos amam, que crédito recebereis? Mesmo os pecadores
amam àqueles que os amam. E se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, que
crédito recebereis? Pois isso é o que os pecadores fazem também[8]”.
Esses homens caem na armadilha de um círculo vicioso: eles não contribuem em nada
para o progresso espiritual das relações entre os homens e para o progresso
espiritual do mundo.
D)
Mencionamos acima as observações de São Simeão o
Novo Teólogo que ligou o nosso despojamento de nossos bens e poder a serviço
dos necessitados pelo poder do ato de Cristo de derramar seu sangue por nós,
mas agora vamos nos permitir dar um passo além e dizer que qualquer sacrifício
que um homem faça por outro nesse mundo provém da consciência sacrificial e do
poder de Cristo, do poder de sua kenosis
amorosa. Mais ainda, qualquer chamado, seja silencioso ou vocalizado, dirigido
de um homem a outro nessa terra, é também um chamado silencioso ou de voz feito
pelo próprio Cristo. Qualquer sacrifício, qualquer ato de serviço ou de amor
pelo outro é uma resposta incitada pelo poder do sacrifício de Cristo a um
chamado que também provém de Cristo através de nós. O chamado e a resposta de
mútuo serviço entre os homens é o caminho pelo qual o amor de Cristo nos mantém
unidos e nos faz progredir no amor. Inversamente, todos os nossos apelos e
respostas de serviço convergem em Cristo e se tornam Seus próprios apelos e
respostas, acrescentando novas profundidades ao Seu sacrifício e ao seu próprio
clamor por socorro. Nele todos os nossos gritos de socorro e todas as nossas respostas
encontram seu eco. Os homens são seres que clamam por socorro e que também
respondem, e por causa disso são conectados uns aos outros. O homem está interiormente
obrigado a responder, mas o faz apenas por ter sido chamado, porque um apelo
foi feito e tem que ser respondido. A força incondicional e constritora desse
chamado tem sua fonte última em Deus, e da natureza do chamado jorra uma
obrigação incondicional e o poder para responder. Assim Deus toma sua posição
entre os homens e dentro dos homens, através do poder desse apelo absoluto e de
sua perfeita resposta em Cristo. Em Seu sacrifício, Cristo realizou e continua
a realizar a suprema resposta ao chamado do Pai e ao grito de socorro dos
homens. E Ele ainda nos confere o poder de dar a mesma resposta. Por meio de
sua identificação com todos os que necessitam de auxílio e socorro ele se
dirige a todos nós num chamado que nos obriga a amar e a ministrar incondicionalmente
a todos os homens.
E)
Se os Cristãos devem ver a Cristo em todos os
homens e escutar o grito de socorro de Cristo em cada grito humano, então eles
não podem aceitar pacientemente que seu irmão exista numa condição inferior à
sua. É da natureza do amor, ademais, que ele não pode tolerar a desigualdade,
porque a desigualdade gera o distanciamento. Quem ama não pode se considerar
superior à pessoa amada. Ao contrário, o amor nos capacita para lutar por
adquirir a igualdade e a justiça entre os homens. São Simeão o Novo Teólogo
prossegue, na passagem citada mais acima: “O homem que trata a seu próximo como
a si mesmo não fica contente em possuir mais do que ele. Assim, se ele possui
mais e não dá em abundância até se tornar ele próprio pobre e semelhante ao seu
próximo, ele não cumpriu inteiramente o mandamento do Mestre”. Ele deve servir
e dar aos seus irmãos tanto quanto possa, “´pois se ele desprezar ou ignorar um
único ele será contado entre aqueles que ignoraram o divino Cristo em sua sede
e sua fome”.
Obviamente não devemos interpretar São Simeão no sentido de pregar uma
igualdade universal na pobreza. Ele afirma, por outro lado, a necessidade de
todo homem de buscar se tornar igual aos demais, de modo a que todos se tornem
capazes de servir, e para que todos se deem conta de que necessitam uns dos
outros, e que é nessa igualdade de necessidades que eles irão sentir que
nenhuma distância os separa uns dos outros. Todos devem se dar conta de sua
própria pobreza, o que significa que cada homem necessita dos outros para viver
e crescer em sua unidade comum com Deus.
F)
Portanto, a reconciliação não consiste
simplesmente numa paz formal, na mera coexistência e na ausência de agressão
que acoberte profundas desavenças. A reconciliação duradoura é inseparável do
tipo de amor que se esforça por assegurar a igualdade e a justiça entre os
homens e as nações, e para promover uma troca mútua e contínua animada pelo
amor. Ela é o resultado de um verdadeiro entendimento do significado da
reconciliação com Deus, que se une ao homem e o faz partilhar em Cristo todas
as coisas boas. Por meio de tal reconciliação Deus nos adota como Seus filhos e
nos diviniza de acordo com Sua graça.
G)
Os Cristãos não podem dar uma contribuição
frutífera a essa reconciliação profunda entre homens e nações se se preocuparem
apenas com o serviço a pessoas individualmente e então negligenciarem a
promoção de relações justas e equitativas numa escala mais ampla, social e internacional.
Se os Cristãos do passado muitas vezes restringiram sua atuação ao serviço de
indivíduos necessitados porque as estruturas sociais tendiam a permanecer estáticas,
hoje, quando essas estruturas são mais elásticas devido à poderosa influência
daqueles que são cônscios de sua própria solidariedade enquanto vítimas de
injustiça e que confiantemente creem que são capazes de produzir formas de vida
social mais satisfatórias, os Cristãos devem dar o tipo de contribuição que
favoreça a adaptação contínua dessas estruturas para ir ao encontro das aspirações
contemporâneas por maior justiça, igualdade e fraternidade nas relações entre
os homens. Torna-se mais evidente hoje que o mundo todo busca por relações
humanas mais justas e fraternas, e é nossa crença enquanto Cristãos que podemos
ver nesse movimento o efeito da atividade de Cristo guiando o mundo em direção
ao Reino dos Céus, apesar do fato de que esse objetivo em sua forma final não
pode ser alcançado nesse mundo, dada a natureza corruptível da matéria e todas
as suas concomitantes enfermidades.
Qualquer reconciliação que não seja fundamentada na verdadeira justiça
universal e na igualdade entre os homens estará sempre sujeita ao colapso, e a
ausência de uma paz duradoura seguirá ameaçando a vida de cada ser humano. Portanto,
os Cristãos devem trabalhar em favor dessa paz duradoura a fim de assegurar a
cada homem a chance de se preparar para sua própria ressurreição. Sob essa luz,
a guerra representa tanto risco aos que morrem quanto aos que matam. Embora possa
parecer que o mesmo risco está também ligado à morte natural prematura, podemos
estar certos de que isso acontece de acordo com o desejo de Deus, e que Deus
tem suas razões. Os Cristãos têm assim uma tarefa, a de lutar em favor da
justiça, porque a presença da injustiça pode parecer justificar a morte eterna,
enquanto que a remoção da injustiça retira da morte eterna sua justificação. Aquele
que luta pelo fim da injustiça segue o caminho de Cristo, que foi o primeiro a
utilizar a justiça retirar da morte sua justificação. Mais do que nunca Cristo nos
dá o poder para que façamos o mesmo, porque nossa própria luta pela justiça
depende de Seu poder.
H)
Justiça, igualdade, fraternidade e paz duradoura
não podem ser realizadas se não tivermos interesse no universo material. O
universo material, tanto quanto a própria espécie humana, está destinado à
transfiguração por intermédio do corpo ressuscitado de Cristo, e através do
poder espiritual de Seu amor que nos impele a restaurar o universo material em
sua norma original de manifestação de amor mútuo, e não, como acontece hoje, para
servir de meio de separação e conflito. Devemos demonstrar incessantemente na
prática o significado dos bens materiais como dádivas, como meios de trocas
mútuas entre os homens. O universo pertence a Cristo: ele está misteriosamente
ligado ao Seu corpo crucificado e ressuscitado. Mas ele também pertence ao
homem, a Cristãos e não Cristãos que sofrem e avançam para a salvação. Nicholas
Cabasilas disse: “O sangue que jorra de suas feridas extinguiu a luz do sol e
causou um tremor de terra. Ele santificou o espaço e lavou todo o cosmo da
nódoa do pecado”.
Somente se todos os homens se unirem eles poderão transformar o mundo
e responder ao chamado de tratar o mundo como um dom, como os meios de trocas
mútuas. Quando nós compartilhamos dos bens materiais do universo devemos estar
conscientes de que estamos nos movendo na esfera de Cristo, e que é por meio da
utilização dessas coisas materiais como dons para o benefícios uns dos outros
que podemos progredir em nossa união com Cristo e com nosso próximo. Também devemos
estar conscientes de que quando o universo material se torna o meio mediante o
qual comungamos em amor, estamos aí também comungando em Cristo. Assim é que o
universo pode ser chamado para se tornar o paraíso escatológico através da instância
do amor fraterno. É nossa tarefa libertar o universo da vaidade do uso cego e
egoísta que dele fazemos como pecadores, e vermos que ele participa da glória
dos filhos de Deus[9], a
glória que é uma parte inseparável de nossa união como irmãos.
[1] II
Coríntios 5: 14.
[2]
Hebreus 13: 13-14.
[3]
João 17: 15.
[4]
Romanos 5: 5.
[5]
Mateus 25: 40.
[6]
Mateus 5: 9.
[7]
João 9: 4.
[8]
Lucas 6: 32-33.
[9]
Romanos 8: 21.
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