terça-feira, 21 de agosto de 2018

Dumitru Staniloae - A doutrina Ortodoxa da salvação e suas implicações para a Diaconia Cristã no mundo (Parte 2)

Capítulo VI do livro Theology and the Church
St. Vladimir's Seminary Press, NY, 1980 


As obrigações Cristãs no mundo de hoje à luz da Soteriologia Ortodoxa

Cristo não trouxe a salvação para nós para que continuemos a viver em isolamento, mas para que possamos nos esforçar por uma maior e mais profunda união que deve culminar no eterno Reino de Deus.

Vemos isso refletido no fato de que não podemos ganhar a salvação se permanecemos em isolamento, cuidando apenas de nós mesmos. Não há dúvida de que cada homem deve aceitar a salvação pessoalmente e torná-la sua, mas ele não pode fazê-lo nem perseverar e progredir no caminho da salvação a menos que seja ajudado por outros e também que ajude a outros em troca, ou seja, a menos que sua salvação seja comunal. Ser salvo significa ser arrancado do isolamento e se unir a Cristo e ao resto dos homens. “Encomendemo-nos mutuamente uns aos outros e toda nossa vida a Cristo Deus”, dizem os fiéis durante a Liturgia. A salvação é a comunhão com Cristo (koinwnia) e, por conseguinte, a obrigação do Cristão em se esforçar por manter e desenvolver sua unidade eclesial por meio do amor é clara: “Pois o amor de Cristo nos uniu[1]”.

Embora Cristo tenha realizado a obra de salvação e ofereça continuamente seus frutos a fim de conduzir todos os homens juntos ao Reino de Deus, os Cristãos, como servos de Cristo obrigados a se esforçar pela união de todos os homens nesse Reino de perfeito amor, possuem também determinadas obrigações perante aqueles que não são Cristãos. Faremos a seguir uma breve exposição sobre essas obrigações, ou melhor, sobre os motivos que jazem por trás delas.

A)     Cristo ofereceu Seu sacrifício e levantou-se da morte fora de Jerusalém, e foi principalmente fora de Jerusalém que ele apareceu depois de Sua ressurreição. Isso foi para santificar aqueles povos que não possuíam conexão com o Deus da Lei. Lemos na Epístola aos Hebreus: “Portanto, saiamos também do recinto sagrado para ir ao encontro de Jesus, carregando a humilhação dele. Pois nós não temos aqui a nossa pátria definitiva, mas buscamos a pátria futura[2]”. A referência é clara no sentido de deixar o mundo para trás, de nos erguermos acima do mundo para que o mundo em troca possa ser deixado para transcender a si próprio. Confinar-se, portanto, dentro de qualquer condição que se tenha tornado estática pelas limitações da existência significa confinar-se dentro do mundo, e os Cristãos não devem ser confinados nem dentro de suas próprias igrejas como se essas fossem a “última estação”, porque nesse caso seu caráter móvel será esquecido e elas perderão sua razão de ser enquanto caminhos em direção aos céus. Os Cristãos e as Igrejas Cristãs devem sempre trabalhar entre esses homens que permanecem fora no mundo, de modo a transcender o mundo enquanto ordem estática, para erguê-lo a uma condição mais elevada do que a sua. Cristo se fez homem no mundo; Ele falou e pregou no mundo. Foi no mundo que Ele ofereceu a Si próprio em sacrifício, no mundo Ele foi enterrado. Ele se levantou da morte no mundo; Ele enviou Seus discípulos pelo mundo ensinando a eles línguas estrangeiras por meio do Espírito Santo, e é no mundo que Ele segue operando, ainda que esse trabalho seja hoje executado por Seus discípulos, vale dizer, por intermédio da Igreja. De acordo com nosso ensinamento Cristo está no mundo ao mesmo tempo que nos céus, enviando Seus discípulos pelo mundo com a promessa que Ele fez quando de Sua ascensão, de que estaria sempre com eles. Assim é que Ele disse   ao findar-se Seu ministério terrestre: “Não te peço para que os tire do mundo[3]”.

Cristo está no mundo ao mesmo tempo em que está nos céus. Nós ascendemos ao Cristo celestial através do Cristo terreno, dentro de um mundo que, mais do que a Igreja, está sempre buscando progredir em meio a qualquer coisa que lhe aconteça em sua condição presente, sempre ansiando por algo melhor, sempre convencido de que o status quo não pode ser definitivo. Hoje, talvez mais do que nunca, Cristo conduz o mundo em direção a Si próprio num estado de mudança contínua. Ele Se revela ao mundo a cada novo passo do caminho através de novas perspectivas, embora, para o mundo, ele continue incógnito. Nós, Cristãos, devemos nos mover adiante ao longo dessa via juntamente com o mundo, e dizer ao mundo quem é essa pessoa que o está atraindo para si. Devemos lembrar ao mundo o que significa o verdadeiro progresso, e essa é uma obrigação específica para os Cristãos hoje, num tempo em que o progresso do mundo se tornou tão rápido que se torna cada vez mais evidente para todos que o mundo não é a “última estação”, mas que, de fato, a aspiração constante dos homens por todas as partes é de melhorar as relações entre eles.

B)     Se “o amor de Deus foi derramado em nossos corações[4]”, e, por conseguinte, podemos e devemos ver o rosto de nosso próximo na face humana de Cristo, assim como, ao contemplar seu Filho encarnado, o Pai nos vê e nos ama como filhos, e nos adota através da encarnação de Seu Filho, fica claro que na face de cada homem devemos ver e amar algum traço da face de Cristo, e mesmo a própria face inteira de Cristo. Para esclarecermos as coisas, cada rosto é potencialmente o rosto de Cristo; que ele seja capaz de se tornar a face real de Cristo se deve ao fato de que Cristo colocou ali sua imagem, e ela se tornou transparente nele. Mas também nós temos um papel a desempenhar na passagem de cada rosto humano de seu estado potencial para um estado em que ele se torne a verdadeira face de Cristo.

Se a humanidade de Cristo não pertence a uma hipóstase humana individual, mas ao Filho de Deus, então ela pertence a cada homem mais verdadeiramente do que a humanidade de cada indivíduo humano pertence a todos. Ela pertence a todos e para a salvação de todos. Ela pertence a todos e para a salvação de todos. Ela se destina a cada um de nós, destina-se a se tornar possessão de cada homem e a conformá-lo interiormente do mesmo modo como ela própria foi conformada interiormente em Cristo pela hipóstase divina. Assim como a humanidade de Cristo e a nossa própria, ela se destina a se refletir em cada homem, e, de modo similar, também cada um de nós é chamado a se refletir na humanidade de Cristo e a tomarmos nossa imagem Dele. São Simeão o Novo Teólogo diz que o homem que não vê as necessidades de seu próximo, “despreza Aquele que disse: ‘o que fizerdes a cada um desses irmãozinhos, será a Mim que o tereis feito’[5] [...] Pois Ele aceitou ter parte no rosto de cada pobre. Ele se tornou um com cada homem, de tal maneira a que nenhum dos que Nele acreditam possa desprezar seu irmão, mas deve tratar seu irmão ou seu próximo como se fossem Deus, e deve considerar a si mesmo como insignificante perante esse irmão, como se estivesse diante de Deus seu Criador. E que ele receba e honre a seu irmão como se fosse Deus, e que despoje de seus próprios pertences a serviço de seu irmão, do mesmo modo como Cristo derramou seu sangue para nossa salvação”. Assim é que devemos viver nossa própria união com Cristo que nos preenche com sua própria consciência de auto sacrifício, e é assim que devemos nos sacrificar pelo restante dos homens. Ao mesmo tempo devemos tratar os outros homens como trataríamos o próprio Cristo, e buscar a união com eles como faríamos com Cristo, por meio do serviço que oferecemos a eles.

C)     Tudo o que Cristo fez – Sua encarnação, Seus ensinamentos, Sua vida de obediência ao Pai e Seu amoroso serviço por nós nos desafios de nossa vida terrena, Seu sacrifício no mundo – todas essas coisas enfatizam, como vimos, o valor da vida humana na terra. Nenhum caminho para a perfeição escatológica existe que não passe pela vida na terra e pelas lutas que acompanham essa vida. Cada aspecto da felicidade eterna foi prometido pelo Senhor como resultado de determinados modos de vida e de ações nessa vida, como frutos de determinadas sementes que semeamos e cultivamos nos campos desse mundo. “Benditos os que promovem a paz (na terra, é claro, porque eles já não precisarão existir nos céus), pois eles serão chamados de Filhos de Deus[6]”. Trabalhem “enquanto é dia[7]”, disse o Senhor, e mesmo Santo Antônio pediu que sua vida fosse prolongada para que ele pudesse fazer penitência.

É a Cristo que servimos na pessoa daqueles que necessitam de nosso socorro nesse mundo; Cristo identificou a si mesmo com eles. Os Padres falam desse mundo como uma feira onde fazemos compras para o Reino dos Céus. Quem não participa dessa feira, trocando com os outros homens, quem não produz frutos por meio de seu trabalho, que não desenvolve talentos em sua atividade, deixará essa vida com uma alma vazia. Nós adquirimos o Reino dos Céus de nossos próximos tanto pelo retorno que recebemos de nossas obras como pelas capacidades que nossa fé em Cristo confere a nós. “Nossa vida e nossa morte chegam a nós por nosso próximo, porque se ganhamos a nossos irmãos ganhamos a Deus, e, ao contrário, se destruímos nosso irmão pecamos contra Cristo”. E não é apenas por intermédio de nossos irmãos de fé que adquirimos o Reino. A feira é universal e nós devemos negociar com todos os homens. A feira é composta por todos e todos tomam parte nela. Podemos inclusive adquirir o Reino mais depressa por intermédio dos outros homens do que dos nossos irmãos de fé, porque no caso deles nosso serviço e nossa generosidade exigem de nós mais esforço e desinteresse. De fato, estritamente falando, não são os homens que nos dão o Reino dos Céus em troca. É Cristo quem no-lo dá por intermédio deles, e não imediatamente nessa vida, mas no século futuro. Não devemos esperar uma colheita como se nossa plantação fosse algo visível. Somente quando não esperamos retorno imediato, mas acreditamos que o receberemos nos céus, mostramos uma verdadeira semeadura na espera de uma recompensa do alto. Para aqueles que esperam por um retorno imediato, que querem receber algo diretamente em troca do que dão, que não acreditam que desde que tenham dado algo já receberam o Reino dos Céus em troca – mesmo que esse não seja visível senão no século futuro – a esses o Salvador disse: “Se amais aos que vos amam, que crédito recebereis? Mesmo os pecadores amam àqueles que os amam. E se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, que crédito recebereis? Pois isso é o que os pecadores fazem também[8]”. Esses homens caem na armadilha de um círculo vicioso: eles não contribuem em nada para o progresso espiritual das relações entre os homens e para o progresso espiritual do mundo.

D)     Mencionamos acima as observações de São Simeão o Novo Teólogo que ligou o nosso despojamento de nossos bens e poder a serviço dos necessitados pelo poder do ato de Cristo de derramar seu sangue por nós, mas agora vamos nos permitir dar um passo além e dizer que qualquer sacrifício que um homem faça por outro nesse mundo provém da consciência sacrificial e do poder de Cristo, do poder de sua kenosis amorosa. Mais ainda, qualquer chamado, seja silencioso ou vocalizado, dirigido de um homem a outro nessa terra, é também um chamado silencioso ou de voz feito pelo próprio Cristo. Qualquer sacrifício, qualquer ato de serviço ou de amor pelo outro é uma resposta incitada pelo poder do sacrifício de Cristo a um chamado que também provém de Cristo através de nós. O chamado e a resposta de mútuo serviço entre os homens é o caminho pelo qual o amor de Cristo nos mantém unidos e nos faz progredir no amor. Inversamente, todos os nossos apelos e respostas de serviço convergem em Cristo e se tornam Seus próprios apelos e respostas, acrescentando novas profundidades ao Seu sacrifício e ao seu próprio clamor por socorro. Nele todos os nossos gritos de socorro e todas as nossas respostas encontram seu eco. Os homens são seres que clamam por socorro e que também respondem, e por causa disso são conectados uns aos outros. O homem está interiormente obrigado a responder, mas o faz apenas por ter sido chamado, porque um apelo foi feito e tem que ser respondido. A força incondicional e constritora desse chamado tem sua fonte última em Deus, e da natureza do chamado jorra uma obrigação incondicional e o poder para responder. Assim Deus toma sua posição entre os homens e dentro dos homens, através do poder desse apelo absoluto e de sua perfeita resposta em Cristo. Em Seu sacrifício, Cristo realizou e continua a realizar a suprema resposta ao chamado do Pai e ao grito de socorro dos homens. E Ele ainda nos confere o poder de dar a mesma resposta. Por meio de sua identificação com todos os que necessitam de auxílio e socorro ele se dirige a todos nós num chamado que nos obriga a amar e a ministrar incondicionalmente a todos os homens.

E)      Se os Cristãos devem ver a Cristo em todos os homens e escutar o grito de socorro de Cristo em cada grito humano, então eles não podem aceitar pacientemente que seu irmão exista numa condição inferior à sua. É da natureza do amor, ademais, que ele não pode tolerar a desigualdade, porque a desigualdade gera o distanciamento. Quem ama não pode se considerar superior à pessoa amada. Ao contrário, o amor nos capacita para lutar por adquirir a igualdade e a justiça entre os homens. São Simeão o Novo Teólogo prossegue, na passagem citada mais acima: “O homem que trata a seu próximo como a si mesmo não fica contente em possuir mais do que ele. Assim, se ele possui mais e não dá em abundância até se tornar ele próprio pobre e semelhante ao seu próximo, ele não cumpriu inteiramente o mandamento do Mestre”. Ele deve servir e dar aos seus irmãos tanto quanto possa, “´pois se ele desprezar ou ignorar um único ele será contado entre aqueles que ignoraram o divino Cristo em sua sede e sua fome”.

Obviamente não devemos interpretar São Simeão no sentido de pregar uma igualdade universal na pobreza. Ele afirma, por outro lado, a necessidade de todo homem de buscar se tornar igual aos demais, de modo a que todos se tornem capazes de servir, e para que todos se deem conta de que necessitam uns dos outros, e que é nessa igualdade de necessidades que eles irão sentir que nenhuma distância os separa uns dos outros. Todos devem se dar conta de sua própria pobreza, o que significa que cada homem necessita dos outros para viver e crescer em sua unidade comum com Deus.

F)      Portanto, a reconciliação não consiste simplesmente numa paz formal, na mera coexistência e na ausência de agressão que acoberte profundas desavenças. A reconciliação duradoura é inseparável do tipo de amor que se esforça por assegurar a igualdade e a justiça entre os homens e as nações, e para promover uma troca mútua e contínua animada pelo amor. Ela é o resultado de um verdadeiro entendimento do significado da reconciliação com Deus, que se une ao homem e o faz partilhar em Cristo todas as coisas boas. Por meio de tal reconciliação Deus nos adota como Seus filhos e nos diviniza de acordo com Sua graça.

G)    Os Cristãos não podem dar uma contribuição frutífera a essa reconciliação profunda entre homens e nações se se preocuparem apenas com o serviço a pessoas individualmente e então negligenciarem a promoção de relações justas e equitativas numa escala mais ampla, social e internacional. Se os Cristãos do passado muitas vezes restringiram sua atuação ao serviço de indivíduos necessitados porque as estruturas sociais tendiam a permanecer estáticas, hoje, quando essas estruturas são mais elásticas devido à poderosa influência daqueles que são cônscios de sua própria solidariedade enquanto vítimas de injustiça e que confiantemente creem que são capazes de produzir formas de vida social mais satisfatórias, os Cristãos devem dar o tipo de contribuição que favoreça a adaptação contínua dessas estruturas para ir ao encontro das aspirações contemporâneas por maior justiça, igualdade e fraternidade nas relações entre os homens. Torna-se mais evidente hoje que o mundo todo busca por relações humanas mais justas e fraternas, e é nossa crença enquanto Cristãos que podemos ver nesse movimento o efeito da atividade de Cristo guiando o mundo em direção ao Reino dos Céus, apesar do fato de que esse objetivo em sua forma final não pode ser alcançado nesse mundo, dada a natureza corruptível da matéria e todas as suas concomitantes enfermidades.

Qualquer reconciliação que não seja fundamentada na verdadeira justiça universal e na igualdade entre os homens estará sempre sujeita ao colapso, e a ausência de uma paz duradoura seguirá ameaçando a vida de cada ser humano. Portanto, os Cristãos devem trabalhar em favor dessa paz duradoura a fim de assegurar a cada homem a chance de se preparar para sua própria ressurreição. Sob essa luz, a guerra representa tanto risco aos que morrem quanto aos que matam. Embora possa parecer que o mesmo risco está também ligado à morte natural prematura, podemos estar certos de que isso acontece de acordo com o desejo de Deus, e que Deus tem suas razões. Os Cristãos têm assim uma tarefa, a de lutar em favor da justiça, porque a presença da injustiça pode parecer justificar a morte eterna, enquanto que a remoção da injustiça retira da morte eterna sua justificação. Aquele que luta pelo fim da injustiça segue o caminho de Cristo, que foi o primeiro a utilizar a justiça retirar da morte sua justificação. Mais do que nunca Cristo nos dá o poder para que façamos o mesmo, porque nossa própria luta pela justiça depende de Seu poder.

H)     Justiça, igualdade, fraternidade e paz duradoura não podem ser realizadas se não tivermos interesse no universo material. O universo material, tanto quanto a própria espécie humana, está destinado à transfiguração por intermédio do corpo ressuscitado de Cristo, e através do poder espiritual de Seu amor que nos impele a restaurar o universo material em sua norma original de manifestação de amor mútuo, e não, como acontece hoje, para servir de meio de separação e conflito. Devemos demonstrar incessantemente na prática o significado dos bens materiais como dádivas, como meios de trocas mútuas entre os homens. O universo pertence a Cristo: ele está misteriosamente ligado ao Seu corpo crucificado e ressuscitado. Mas ele também pertence ao homem, a Cristãos e não Cristãos que sofrem e avançam para a salvação. Nicholas Cabasilas disse: “O sangue que jorra de suas feridas extinguiu a luz do sol e causou um tremor de terra. Ele santificou o espaço e lavou todo o cosmo da nódoa do pecado”.

Somente se todos os homens se unirem eles poderão transformar o mundo e responder ao chamado de tratar o mundo como um dom, como os meios de trocas mútuas. Quando nós compartilhamos dos bens materiais do universo devemos estar conscientes de que estamos nos movendo na esfera de Cristo, e que é por meio da utilização dessas coisas materiais como dons para o benefícios uns dos outros que podemos progredir em nossa união com Cristo e com nosso próximo. Também devemos estar conscientes de que quando o universo material se torna o meio mediante o qual comungamos em amor, estamos aí também comungando em Cristo. Assim é que o universo pode ser chamado para se tornar o paraíso escatológico através da instância do amor fraterno. É nossa tarefa libertar o universo da vaidade do uso cego e egoísta que dele fazemos como pecadores, e vermos que ele participa da glória dos filhos de Deus[9], a glória que é uma parte inseparável de nossa união como irmãos.



[1] II Coríntios 5: 14.
[2] Hebreus 13: 13-14.
[3] João 17: 15.
[4] Romanos 5: 5.
[5] Mateus 25: 40.
[6] Mateus 5: 9.
[7] João 9: 4.
[8] Lucas 6: 32-33.
[9] Romanos 8: 21.

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